A arquitectura da água é um campo pouco estudado em Portugal. Este trabalho consiste numa contribuição para o conhecimento dos desafios para a captação e distribuição desse bem essencial à sobrevivência humana. Os estudos começaram por ser desenvolvidos já em épocas remotas, sendo o tratado de arquitectura de Vitrúvio o mais antigo a chegar aos nossos dias, onde são desenvolvidos conceitos redescobertos pelos grandes arquitectos e cientistas da época moderna, contribuindo assim para um grande desenvolvimento tanto da arquitectura da água como da hidráulica enquanto ciência. Das estruturas romanas aos aquedutos, fontes e chafarizes da época moderna há um grande processo evolutivo que se repercute por toda a Europa, aliando o abastecimento de água ao aparato dos objectos de distribuição, como sinónimo de poder. No Porto, estas evoluções só serão postas em prática nos amplos jardins das casas senhoriais, e no caso público irão sofrer um progresso lento, ao longo da época moderna a partir do século XVI até finais do século XIX, devido a sérios problemas de escassez de água. Nesta altura, a cidade era abastecida por cinco mananciais, sendo o principal o de Paranhos. A cidade tinha várias fontes e chafarizes, algumas abastecidas pelos mananciais e outras por nascentes próprias. É verdade que a excepção faz a regra, porque mesmo com falta deste elemento tão essencial à vida do Homem, houve alguns objectos de abastecimento, apesar de serem muito poucos, que se tratavam de composições de grande aparato, como os casos da fonte da Arca e da fonte das Virtudes, esta última tendo chegado até nós.
Título:
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O abastecimento de água na cidade do Porto nos séculos XVII e XVIII : aquedutos, fontes e chafarizes
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